
Mas antes disso, a trupe tem muita história para contar. Como a maioria das bandas iniciantes, o Empty Grace apostou em algumas demos no início da carreira, além da banda ter contado com as tradicionais alterações na formação durante o passar dos anos.
Devidamente estabilizados com Marcos Borralho (baixo e vocal), Nanno T. (guitarra) e Hugo Moura (bateria), o grupo certamente conseguirá alcançar vôos mais altos com “Subterranean Soul’s March”, lançado em 2009.
O disco, que pode ser considerado o primeiro trabalho oficial dos nordestinos, é algo extremamente qualificado, com produção de primeiro nível e retrato de um poderoso Death Metal, com qualidade similar aos grandes do topo nacional. Onze canções que trazem peso, agressividade do início ao fim, e ainda com direito a uma lapidada mescla de variações instrumentais. O cuidado com o resultado final do disco vai mais além, começando pela arte gráfica da capa do trabalho, simplesmente magnífica e digna do destaques!
Não é difícil imaginar o que viria pela frente! Para abrir, uma “pancada”, daquelas que “batedor de cabeça” não coloca defeito. Estamos falando de ‘Rottens Reflections’, canção guiada por riffs palhetados, base consistente e momentos avassaladores vindo da bateria. Tudo isso acabou se tornando em uma saudável constância no decorrer do disco, que continuou embalado com ‘Faith’s Owners’, ‘Distorted Visions of God’ e ‘Sacrifice the Holy Man’.
E o interessante que mesmo adotando momentos velozes e característicos do Metal Extremo, a banda consegue soar sempre com alguma novidade. Seja ela por uma passagem mais cadenciada ou por boas aparições individuais. É o caso de Nanno na quinta canção: ‘Bloody Batlles in Great Fields’. A banda deixa de lado as passagens velozes logo no início e opta por trazer peso através de riffs trabalhados e empolgantes, o que evidencia a boa imagem que Nanno traz com sua guitarra à frente do Empty Grace. A quinta canção pode ser considerada como uma das mais impactantes do trabalho, pois além firmes guitarras, muitos linhas de pedais duplos e vocal feroz de Marcos Borralho!
Falando em Marcos, o vocalista, também ocupa as notas graves do Empty Grace. Pode-se notar uma participação tranqüila do baixista, que fica meio “na sua” em todas as canções e consegue adicionar ainda mais peso nas passagens. Como em ‘Surrounded by Suffering’, sexta canção, repleta de variações entre velocidade e peso. A obscura ‘Rising in Blood’, por sua vez, possui instrumental carregado, direto e objetivo, relembrando a forma mais clássica de se fazer Death Metal.
O quesito regularidade em termos de qualidade é evidente. Durante todas as faixas, inúmeros atrativos e certa dificuldade em escolher momentos de maiores lampejos, devido a tamanha eficiência do trio piauiense. Sendo assim, ‘Perpetual Blasphemy’, ‘Subterranean Souls March’ e ‘Concerning the Humanity’ seguem a mesma trilha sonora, com adjetivos que elevam o Empty Grace a um nível considerável se levado em conta o cenário como um todo. Na saidera com ‘Blasphemous Creations’, ainda um amontoado organizado de riffs, muita velocidade e breves solos!
Um disco, que deve e merece ser olhado com atenção pelos bangers do país. Uma forma caprichada de fazer música com o maior cuidado possível, em prol de algo profissional e extremamente contagiante. É assim, a nova saga do Empty Grace, um orgulho para o Metal Extremo do nordeste brasileiro!
Empty Grace - Subterranean Soul’s March (2009)
Rotten Reflections -
Faiths Owners -
Distorted Visions of God -
Sacrifice the Holy Man -
Bloody Battles in Great Field -
Surrounded by Suffering -
Rising in Blood -
Perpetual Blasphemy -
Subterranean Soul's March -
Concerning the Humanity -
Blasphemous Creations -